Chega sem pressa, pede um café...

* NR *



Como de habitual, eles ficaram mais silenciosos quando o fim do dia se aproximou.
Mesmo depois de tantos domingos ainda não haviam se acostumado com as despedidas.
Aquela hora do dia sempre doía.
E não havia como negar.
Ele pensou em deixá-la ver o bilhetinho que tinha escrito num guardanapo amarelo
(que sua mãe havia comprado pra combinar com os azulejos cozinha da casa)
... mas quando o pai dela chegou pra buscá-la de carro não deu tempo. Só foi um selinho e um "tchauamorteamomuito" ligeiro assim.
Ele era assim, meio devagar, quase parando.
Subiu a curta escada, entrou no elevador, tirou a carta do bolso a cartinha e releu sozinho suas próprias palavras.
Estava escrito assim, logo após o desenho de um símbolo que costumava desenhar juntando as letras iniciais dos nomes dos dois...
"- Casa comigo amanhã e depois de amanhã e para sempre?"
Na segunda-feira, ele entregaria o escrito para ela, mas ainda assim dormiria com um sorriso no canto do lado esquerdo dos lábios.
(ele já sabia a resposta dela).

PS: Amanhã te entrego.

* Sobre anênomas, estrelas e bem querer *

Hoje eu acordei completamente apaixonada por ti.
Não que nos outros dias eu não estivesse apaixonada por ti, mas hoje quando os raios solares entraram no meu quarto mesclados com o anil de um céu de brigadeiro que sorria para toda a gente, eu tive ainda mais certeza.
Pois é, e preciso dizer isso pra ti.
Talvez seja por esse teu jeito de bem-me-quer e bem-me-quer. Porque contigo é sempre manhã de sol a pino. Mesmo quando tudo está assim-assim arranjamos uma maneira de tentarmos a felicidade.
Deve ser esse amor descomunal o qual tenho por ti e porque quando eu perco a fé na humanidade tu me encoraja novamente para acreditar nas pessoas.
É como se fosse o processo de um lixinho reciclável. Eu te entrego uma garrafa velha, opaca, riscada e tu me entregas de volta um vaso todo trabalhado e entupido de girassóis para eu enfeitar a minha mesa de estudo.
Também devo crer que essa paixão seja pela maneira como tu cantas para mim quando ninguém está olhando. Porque daí tu és só meu. E eu sou só tua.
E talvez seja porque tu és a minha prosa, o meu versículo preferido.
És me salvador de um limbo interminável de coisas angustiantes e tolas.
Porque o tempo que deve ser amigo íntimo de nós tem feito com que esse amor apenas cresça dentro dos nossos dois peitos. É incrível perceber que a cada cinco segundos passados eu sou um tanto mais tua e assim por diante.
Porque a primeira coisa que em ti notei foram essas ternas mãos. Que quando tocaram às minhas quiseram ser dois pares inseparáveis. As tuas mãos e as minhas mãos que já tinham lembranças de outros rostos, de outros corpos, outras memórias se fundiram. E as tuas mãos só querem as minhas e vice-versa.
E em algum futuro bem próximo saberão que tu és um santo, tentarão te colocar no altar e tu vais dizer que estás acostumado com situações mais amenas e correrá para os meus abraços e dirá a eles que queres ficar assim por algum tempo.
Eu deveria dizer que fico emocionada cada vez que esparrama tuas tristezas em meu ombro. E eu sou a mulher em que tu confias para dizer que tudo ficará bem.
(Tudo mesmo ficará bem).
Porque se morássemos dentro do mar seríamos anênomas e corais.
Porque se habitássemos o céu seríamos asteróides e estrelas.
Porque nós dois juntos, somos mais belos.
E se "mal-me-querem" os outros.
Tu apenas bem-me-quer.

PS: o óbvio ululante - EU TE AMO.

* Na cafeteria *

Sobre a mesa, uma pasta, uma bolsa, um guarda-chuva preto (e um céu que não queria chover), adoçante, açúcar (esqueceste de pedir o mascavo), sorrisos largos, uma bandeja "suicida", uma fatia gigantesca de torta (que tu juraste que não comeria inteira), um café com leite, um expresso duplo, pequenos goles, grandes planos.E quatro mãos que matavam a saudade.

- Um dia, casa comigo?

- Caso.


PS: Porque de vez em quando a poesia não está nas linhas, entrelinhas, reticências, letras do Djavan, na voz da Marisa. De vez em quando a poesia habita dois corações. E apenas dois corações sabem do que são capazes.

PS do dia de hoje: E venho casando contigo todos os dias da minha vida. : )

* Para ti, todo o (meu) amor *

Posto que Deus te criou para a minha alegria, devo ser a ele muito agradecido.
Foi ele também que fez estes teus traços que parecem roubados de quadros de pintores renomados. E só dessa maneira eu posso explicar como foi teu aparecimento em minha vida naquele setembro pouco florido de 2006.
Quando surgiste no horizonte, a terra começou a soluçar plantas altas que davam flores perfumadas, flores grandiosas e delas nasciam frutos que tornavam-se o jantar predileto dos passarinhos. Pois bem, naquele setembro foste a salvadora das criaturinhas voadoras.
Naquele mês, Porto Alegre ficou completamente colorida. E eu não mais só.
Tatuaram então os anjos em meu peito (com um coração afoito de ti):
"Moça loira, sou teu".
Toda a multidão antes cinza celebrou a tua chegada.
E eu que estava em cima do mais alto jatobá para ficar mais perto de Deus, gritei alto para "Ele":
- Paiqueridodocéuobrigadopelabenção.
E Deus, que gosta de todos seus filhos, com uma voz terna (como de todo o pai), me disse:
- Vai, filho. Vai fazer feliz a tua bonita moça.
E eu prometi para aquele que fez o mar, a nuca clara do meu amor, o céu estrelado, o preto -azulado do lápis que pinta os olhos castanhos da menina ruiva, os golfinhos, o polvilho para fazer as deliciosas rosquinhas que eu a faria para sempre feliz.

* Do agradecimento - parte IV *

Confio em ti.
Confio em nós dois.
Se quando tu tivesses nascido resolvessem te dar o nome de Luísa eu ainda assim te amaria.
Serias a minha Luísa,
Beatriz,
Carolina... ou qualquer nome dessas musas de canções conhecidas que ainda pudessem escolher.
Mas nasceste com esse nome tão lindo. E apenas com ele sei rimar (só palavras graciosas rimarão contigo). Então:
céu,
carrossel,
dossel,
fiel,
mel.
E eu nem sei enumerar sobre o que ainda posso agradecer.
Nem bem acordo e te vejo ao meu lado e agradeço a Deus. Justo eu, um cara antes cético. E eu que desconfiava da presença dele, hoje sou um moço grato. Te encontrar foi uma das maiores certezas que sim, há planos grandiosos para mim. E o universo conspira ao meu favor.
Porque tu és metade de mim. E mesmo que isso soe sem graça, feio... tu és a minha muleta. E eu serei para sempre a tua.
Tu tornas sempre a me surpreender e eu juro, quando tiver grana, seremos nós dois.
Teremos a tua cozinha americana e o meu cachorro bobalhão.
Porque nem sempre o amor é só poesia, também pode ser o amor antídoto para a mesmice, para obstáculos, para dias ruins.
Ao teu lado tenho coragem, cumplicidade, apoio. É isso.
Obrigado por me ensinares a amar bonito.
PS: Ainda bem que eu não falei sobre o apelido de Fafi. ; )

* Da promessa - parte IV *

Eu me comprometeria a contar quantas são as bolinhas negras habitantes das costas da joaninha "ruborizada" que adentrou a janela do meu quarto neste instante se tu prometesses viver esse sonho (vida) e os próximos ao meu lado.





PS: É, eu amo morar dentro do teu coração. : )

* Sobre a moça com quem eu quero dançar adentrando amanheceres *

* Sobre a moça com quem eu quero dançar adentrando amanheceres *


Ela é sorriso e olhos de estrela.
Beijos longos e estilo.
Ela é minha sorte.
Ela é minha melhor amiga.
Ela é quem me põe na cama.
E é com ela quem quero acordar pelo resto dos dias.
Ela é a arquiteta responsável pelos meus sonhos.
Ela é o gesto mais delicado.
Ela é o cântico dos pardaizinhos apaixonados.
Ela é uma coroa feita de ervas daninhas e pérolas de ostras.
Ela é a última flor de ipê-roxo se despedindo da primavera.
E a primeira florezinha de ipê que saudou a estação colorida.
Ela é sorriso e bolas de algodão.
Ela é o meu abrigo contra a tristeza.
Ela é os barquinhos de papel (que querem percorrer aqueles mares, teus mares), os quais faço quando estou amuado.
Ela é o oceano.
Ela é noite de desejos intermináveis.
Ela é o cabelo loiro platinado da Catherine Deneuve.
Ela é meu vocabulário.
Ela é minha vontade de querer ser melhor.
Ela é um quadrinho de "Tenha um bom dia" na parede da cozinha.
Ela é meu pedido a São Jorge realizado.
Ela é a bondade de Abel.
Ela é um punhado de amoras reluzentes que a Dona Joana separou para preparar a torta que os meninos tanto gostam.
Ela é quem eu quero para estar ao lado no altar,
na igreja,
no ônibus,
no cinema
e no hospital (quando nossos dois rebentos chegarem).
Ela é noz e avelã.
Ela é a linha de costura que remendou meu coração de crepe que estava puído.
Ela é a testa franzida quando está brava com as injustiças do mundo.
Ela é o sol morno arrastado nas tardes quentes de verão em Porto Alegre.
Ela é o charme de Marlon Brando.
Ela é a cor rubra.
Ela é bonita, fina, fiel, culta, descolada e nem um pouquinho presunçosa por todos esses atributos.
Ela é uma plantação de girassóis bem no meio de Encruzilhada do Sul.
Ela é alecrim, açucena, pudim de leite, almofadas fofas pra descansar, constelações.
Ela é a donzela com quem protejo o meu escudo de "menino-feio-antes-sapo-e-agora-feliz-príncipe-que-tem-como-sua-princesa-o-sobrenome-amor"


PS: Sextaaaaaaaaaaaaaa!!! :D

Poderíamos casar (logo!)...


Recém casados talvez não seriamos exemplo para futuros filhos, estaríamos ainda muito deslumbrados em morar juntos, em acordar abraçados, provavelmente sem horários, sem responsabilidades, sem contato com o meio externo, apenas querendo um ao outro.
Não arrumaríamos a cama diariamente,estando com sono o dia inteiro porque na noite passada talvez não tivéssemos dormido muito, passando horas conversando, ou se amando, e quando menos percebêssemos, tinha amanhecido. Bem provável.

Tomaríamos café da manhã às duas da tarde, ou talvez esse fosse um almoço e perderíamos uma refeição.Discordaríamos no refrigerante do jantar, ou no fato de não tomarmos tanto suco, reclamaria das comidas não tão saudáveis, e você falaria que iríamos almoçar fora.

Beberíamos juntos em algum clube no final de semana.

A geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias.

Adiaríamos o despertador umas trinta e duas vezes só para ficarmos horas na cama enrolando e falando qualquer besteira, ou botaríamos o celular no silencioso, para ninguém atrapalhar o nosso momento, mesmo sendo a mãe de algum de nós..

Você me ensinaria alguma coisa sobre futebol, e eu te convenceria a assistir aquele filme no cinema.

Iríamos para a sala de pijama e descabelados, com a cara mais amassada do mundo, você iria direto deitar, apoiando suas costas no braço esquerdo do sofá com algumas almofadas e eu deitaria logo em seguida, encostando minha cabeça no seu peito. Você saberia o que eu estava pensando, apenas em olhar pra mim, eu saberia o que fazer pra te agradar nessa hora, e eu saberia também onde você tinha deixado sua toalha, e eu pegaria depois para você ir tomar um banho. Beijaríamos-nos no meio de alguma frase e em algum momento diríamos que nos amamos. Você pegaria no sono com uma perna em cima de mim e eu com a mão no seu cabelo, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria por que, minha cara boba responderia tudo. Então, não falaríamos nada, só sentiríamos o nosso amor.
Poderíamos casar (logo!)...

(texto editado, tirado da net)

DEIXA EU BRINCAR DE SER FELIZ,


- Deixa eu pintar o meu nariz!